terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A sensibilidade de um leão...



Enquanto olhava o caderno de meu aluno, esbarrei em algumas perguntas e respostas interessantes:
- A sociedade espera atitudes diferentes de homens e mulheres?
H: Sim.
- Você acha que homens e mulheres devem ter atitudes diferentes na sociedade?
H: Sim.
- A frase “Homem não chora” é verdade?
H: Não. É mentira! Meu pai chora quando o Avaí faz gol. 

Benditos Piolhos

Usar as palavras para explicar um fragmento da realidade é insensato, mas o que é a realidade, senão insensata? Bem, o que vou tentar dizer por meio das palavras, aqui, é sobre como peguei piolhos. Parece simples. Viu?, falei que usar de letrinhas unidas para explicar um assunto desses seria uma obscenidade. Pegar piolho na minha idade é obsceno! Descobri o primeiro quando fazia uma hidratação caseira no cabelo, lá apareceu o baitão na palma da minha mão. Era muito grande para ser piolho, mas só podia, pois era igualzinho as fotos dos livros de biologia do 2º grau. Eu lembro bem. Terminei o banho e fui pedir o veredito da minha irmã, que faz biologia. Ela disse: Não, não é não. É muito grande para ser piolho. A Camila, minha amiga, que também estava em casa no momento da descoberta, sugeriu que olhássemos fotos na internet e lá estava o dito-cujo em P&B, um trilhão de vezes ampliado, mas do mesmo tamanho que o meu! Era quase uma barata... Passara o mês coçando freneticamente a cabeça e jurava que eram os primeiros sintomas de estresse causados pelo fim de semestre. Não, não era mesmo. Eram piolhos! A última vez que esses  bichinhos tinham invadido meu couro cabeludo, me deixa pensar, tinha lá os meus 10 anos. Pelo menos agora, eu sabia o que causava aquela coceira de deixar qualquer um careca. Simplesmente, deixei de lado o meu vício por enrolar o cabelo para passar a esfregar as pontas das unhas no couro cabeludo. Mas era óbvio que só podiam ser piolhos, pois fazia um mês que eu visitava todos os sábados um abrigo com mais ou menos 20 lindas crianças sapecas. Não foi difícil para o desbravador avançar pelos meus cabelos e ocupar seu primeiro terreninho e dali em diante, construir seu puxadinho, casar e procriar. A ocupação se deu de forma muito rápida, quase uns 50 e sem exageros. Também né, vou lá e deixo os maiores me pentear: - Tia?! Posso fazer um penteado? Impossível de resistir. Quando vê, eles já soltaram a cabeleira, puxaram daqui, puxaram dali, esfregaram suas cabeças na minha, deram um beijo molhado na bochecha, pularam no colo, gritaram, ficaram com ciúmes um do outro, se bateram, choraram, dormiram. O cansaço só deixa essa criançada um pouquinho mais calma, mas você ainda precisa ficar ao lado delas, fazer cafuné, pegar os bebês no colo até finalmente apagarem. E são tantos... Tantos eram os piolhos também. Dizem que não existe uma professora da educação infantil sem piolhos. Não duvido!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Sem dúvida, um dos melhores filmes de 2010.

Flor do Deserto

O Jardim das Borboletas

Ahhh as lamentações amorosas. Nunca é fácil encarar uma desilusão. Um amigo meu estava reclamando no Facebook que precisava aprender a viver sozinho. Na hora lembrei de um poema do Mario Quintana. Chama-se: O Jardim das Borboletas.

O jardim das borboletas - Mario Quintana

Com o tempo você vai percebendo que para ser feliz com outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela.

Percebe também que aquela pessoa que você amou e acha que ama, e que não quer nada com você, definitivamente, não é a pessoa da sua vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.

O segredo é não correr atrás das borboletas...é cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar, não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você..!

Eliane Brum defende que a vida de pessoas comuns tenha mais destaque nos jornais


Estava lendo a revista Época e lembrei de uma matéria que fiz com a colunista Eliane Brum. As reflexões que a jornalista propôs durante a visita na semana de jornalismo da UFSC - 2010 ainda ecoam na minha memória. A principal mensagem que ficou para mim é: "lugar de jornalista é na rua!"

Segue abaixo a matéria que eu fiz com a autora.


“Estou bem faceira de estar aqui”. Foi com essas palavras que a jornalista Eliane Brum iniciou a palestra de abertura da 9° Semana de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, nesta segunda-feira, 13. A escritora e documentarista, que não consegue falar sentada, escreveu todo o texto da palestra para não esquecer nada.

Apesar da voz doce e do jeito sensível, Brum usa palavras fortes e rapidamente mostra a grande habilidade de contar os detalhes da vida anônima, que tanto persegue. E foi com base nessas peculiaridades que a jornalista contou histórias inspiradoras para os futuros profissionais que estiveram no evento.
“Repórter é um contador de histórias reais e isso não é pouca coisa. É um jeito de viver. Jornalismo é o reconhecimento da vida em palavras”, afirma Eliane.

A colunista do site da revista Época e cronista do site vidabreve.com contou os momentos que mais marcaram os anos de trabalho. Ela defendeu uma reflexão sobre o grande destaque dado pelos jornais aos bandidos e as pequenas notinhas que são reservadas para as pessoas comuns, que têm belas histórias para contar. Exemplos não faltaram, como a do trabalhador de rua, Jorge Luiz , que ganhava a vida comendo vidros; da deficiente física Eva Rodrigues, que fez universidade e irritou muitas pessoas que não podiam sentir pena dela; da Enilda, mãe de bandidos, que comprou antecipadamente os caixões dos filhos traficantes para que eles pudessem morrer com dignidade.

No meio de uma história e outra, a jornalista que ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais, criticou o modo como alguns jornalistas trabalham atualmente. “Coisa maluca esses profissionais que não saem às ruas e fazem as entrevistas por telefone. As pessoas não se escutam mais. Jornalistas se reduziram a aplicadores de aspas em série. O silêncio fala, uma coçada de cabeça fala, uma olhada pro lado pode revelar muitas coisas. Bons repórteres são bons escutadores” afirma.
“O jornalista deve ir para a rua disposto a olhar, com os ouvidos bem abertos e pronto para o espanto”

Eliane Brum lançou recentemente, em São Paulo, o documentário "Gretchen Filme Estrada" onde mostra o envolvimento da rainha do rebolado na política e algumas histórias dos 30 anos de carreira da dançarina.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Jornalista sofre

Algumas pessoas pensam que a vida de repórter de TV é fácil e tranquilo. Grande engano. Algumas vezes, esse profissionais têm que passar por cada uma... Abaixo um exemplo dessas situações periclitantes!